
Ontem e hoje recebemos a visita da Comissão da FIFA e da CBF para verificar as condições de Salvador para ser uma das 12 sedes da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Além da recepção com baianas, capoeiristas e a banda-reggae Olodum, foi oferecido jantar no Palácio de Ondina pelo govenador, houve visita ao recém reinaugurado Estádio de Pituaçú (“o maior investimento no esporte da Bahia nos últimos 30 anos”) e sobrevôo de helicóptero sobre o Dique do Tororó e o Estádio da Fonte Nova, que será totalmente reformulado para receber os jogos da Copa, com um investimento de R$ 250 milhões, a cargo da iniciativa privada e do governo.
Sempre fica aquela pergunta: para que investir em um projeto desses, se temos tantas outras prioridades? O governo não deveria priorizar investimentos em saneamento, educação, segurança, saúde ?
NÃO!
Atraso? Bajulação? Compactuar com Ricardo Teixeira? Há grande chance de favorecimento privado?
Apesar desses grandes riscos, sou favorável à atração de uma das sedes para a capital dos baianos e primeira capital da nação brasileira.
Sendo mais preciso: a Copa não acontecer na Bahia é uma tragédia muito maior do que o acidente da Fonte Nova, que ceifou 7 vidas!
Porque não participar, significa que não haverá investimentos fundamentais na cidade, como ocorrerão em outras 12 cidades, acelerados por conta do cumprimento dos prazos acordados.
Mais, já pensou se outras três capitais nordestinas recebem jogos e Salvador fica fora? Representa a perda de mais um pouco da liderança da Bahia na região, abalada desde a perda da capital federal em 1808.
Salvador, como terceira cidade mais populosa do país, com graves problemas sociais, precisa estar dentro. Por conta da tradição, da cultura, da simbologia, da contribuição para a cara do Brasil, além da parceria do governo estadual com o federal, Salvador deve ser uma das 12 “escolhidas”.
A Copa do Mundo de Futebol, evento que ocorre a cada 4 anos, com rotação de continentes, gera efeitos consideráveis na infra-estrutura da cidade, na rede hoteleira, na economia da cultura e do turismo. A exposição na mídia, por exemplo, é dez vezes maior do que nos Jogos Olímpicos.
Que venha a Copa para Salvador, quem sabe recebendo uma das chaves e depois um jogo das semi-finais. Depois de fazer grande esforço para mostrar a Bahia ao mundo, poderemos ampliar o número de turistas, de empregos e de renda.
Copa Brasil 2014 e a Bahia, acarajé, pagodão e alegria!